sábado, 30 de outubro de 2010

CHORO DE ÁFRICA









Pouca coisa é necessária para transformar inteiramente uma vida: amor no coração e sorriso nos lábios.

Martin Luther King
http://cinemagia.files.wordpress.com/2009/05/martin_luther_king.jpg

“AMOR É A ÚNICA FORÇA CAPAZ DE TRANSFORMAR UM INIMIGO NUM AMIGO.
MARTIN LUTHER KING

Nós nao podemos nos concentrar somente na negatividade da guerra, mas tambem na positividade da paz

Martin Luther King







Minha homenagem ao Continente africano, berço de minhas origens. Continente que não nasceu pobre, mas, que o fizeram pobre.

Escrito por uma criança africana ....
Pensamento surpreendente !!!


Quando eu nasci, era Preto ;
Quando cresci, era Preto ;
Quando pego sol , fico Preto
Quando sinto frio , continuo Preto
Quando estou assustado, também fico Preto .
Quando estou doente , Preto ;
E, quando eu morrer , continuarei preto !

E você , cara Branco ,
Quando nasce, você é rosa ;
Quando cresce, você é Branco ;
Quando você pega sol , fica Vermelho ;
Quando sente frio , você fica roxo ;
Quando você se assusta fica amarelo ;
Quando está doente , fica verde ;
Quando você morrer , você ficará cinzento.
E você vem me chamar de Homem de Cor ??!!



Aceite-me Como eu Sou... Uma História Real





Esta é a história de um soldado que, finalmente voltava para casa, depois de ter lutado no Vietnã. Ele ligou para os pais em São Francisco:



- Mamãe, Papai, estou voltando para casa, mas antes quero pedir um favor à vocês. Tenho um amigo que eu gostaria de levar junto comigo. - Claro, eles responderam. Nós adoraríamos conhecê-lo também! Há algo que vocês precisam saber antes, continuou o filho. Ele foi terrivelmente ferido em combate. Pisou numa mina e perdeu um braço e uma perna. Pior ainda é que ele não tem nenhum outro lugar para morar.



-
Nossa!!! Sinto muito em ouvir isso, filho! Talvez possamos ajudá-lo a encontrar algum lugar para morar!
- Não mamãe, eu quero que ele possa morar
na nossa casa! - Filho, disse o pai, você não sabe o que está pedindo? Você não tem noção da gravidade do problema? A mãe concordando com o marido reforçou:


Alguém com tanta dificuldade seria um fardo para nós. Temos nossas próprias vidas e não queremos uma coisa como essa interfira em nosso modo de viver. Acho que você poderia voltar para casa e esquecer esse rapaz. Ele encontrará uma maneira de viver por si mesmo!
Nesse momento o filho bateu o telefone e nunca mais os pais ouviram uma palavra dele.


Alguns dias depois, os pais receberam um telefonema da polícia, informando que o filho deles havia morrido ao cair de um prédio.

A polícia porém acreditava em suicídio.



Os pais, angustiados voaram para a cidade onde o filho se encontrava e foram levados para o necrotério para identificar o corpo. Eles o reconheceram e, para o seu terror e espanto, descobriram algo que desconheciam: “O FILHO DELES TINHA APENAS UM BRAÇO E UMA PERNA!”



Os pais nessa história são como nós, achamos fácil amar aqueles que são perfeitos, bonitos, saudáveis, divertidos, mas não gostamos das pessoas que nos incomodam ou não nos fazem sentir confortáveis

http://www.letsvamos.com/letsblogar/wp-content/uploads/2009/03/kevincarter.jpg


Kevin Carter foi morto por sua foto em 27 de Julho de 1994 . Carter era um fotojornalista do Continente Africano, membro do “Bang Bang Club” (um grupo de quatro fotógarfos do qual ele fazia parte que andava pelo continente africano recheado de guerras,  em busca de uma foto a qualquer custo) e que, em Março de 1993, em uma viagem ao Sudão fez uma foto que mudaria sua vida e o mundo para sempre.
O som de um choramingar próximo de uma vila que ele se encontrava lhe chamou a atenção e ao investigar de onde vinha o choro deparou-se com uma criança sudanesa que havia parado para descansar entre a vila e o centro de nutrição. Próximo a esta criança havia um abutre, Carter disse que esperou cerca de 20 minutos aguardando o abutre abrir as asas para fazer a foto, já que o abutre não abriu as asas, ele tirou a foto mesmo assim e logo em seguida correu atrás do abutre para afastá-lo da criança.
A foto foi vendida para o New York Times e saiu na edição de 26 de Março de 1993. Na mesma hora centenas de pessoas contataram o jornal para saber se a menina havia sobrevivido, levando o jornal a criar uma nota especial dizendo que a criança teve forças para fugir do abutre mas o seu destino final não era conhecido. Carter foi massacrado por ter esperado 20 minutos para fazer a foto ao invés de ter ajudado a criança logo que viu o abutre se aproximar. Criou-se um dos maiores dilemas do fotojornalismo no qual dizia-se que o fotógrafo numa situação como essa deveria ser uma testemunha ou um salvador?
A foto e esse dilema perseguiram Carter até o golpe final: ele foi o vencedor do Prêmio Pulitzer de Fotografia em 23 de Maio de 1994. Apesar de todo o sucesso mundial que ele obteve com a foto ele estava terrivelmente abalado e decidiu por um ponto final na sua história no dia 27 de Julho do mesmo ano, levando seu carro a um local que ele costumava ir na infância e suicidou-se envenenado por monóxido de carbono, utilizando uma mangueira para levar a fumaça do escapamento para dentro do seu carro.
Partes de sua nota de suicídio diziam:
“Estou deprimido… Sem telefone… Sem dinheiro para o aluguel.. Sem dinheiro para ajudar as crianças… Sem dinheiro para as dívidas… Dinheiro!!!… Sou perseguido pela viva lembrança de assassinatos, cadáveres, raiva e dor… Pelas crianças feridas ou famintas… Pelos homens malucos com o dedo no gatilho, muitas vezes policiais, carrascos… “







CHORO DE ÁFRICA

O choro durante séculos
nos seus olhos traidores pela servidão dos homens
no desejo alimentado entre ambições de lufadas românticas
nos batuques choro de África
nos sorrisos choro de África
nos sarcasmos no trabalho choro de África

Sempre o choro mesmo na vossa alegria imortal
meu irmão Nguxi e amigo Mussunda
no círculo das violências
mesmo na magia poderosa da terra
e da vida jorrante das fontes e de toda a parte e de todas as almas
e das hemorragias dos ritmos das feridas de África

e mesmo na morte do sangue ao contato com o chão
mesmo no florir aromatizado da floresta
mesmo na folha
no fruto
na agilidade da zebra
na secura do deserto
na harmonia das correntes ou no sossego dos lagos
mesmo na beleza do trabalho construtivo dos homens

o choro de séculos
inventado na servidão
em historias de dramas negros almas brancas preguiças
e espíritos infantis de África
as mentiras choros verdadeiros nas suas bocas

o choro de séculos
onde a verdade violentada se estiola no circulo de ferro
da desonesta forca
sacrificadora dos corpos cadaverizados
inimiga da vida

fechada em estreitos cérebros de maquinas de contar
na violência
na violência
na violência

O choro de África e' um sintoma

Nos temos em nossas mãos outras vidas e alegrias
desmentidas nos lamentos falsos de suas bocas - por nós!
E amor
e os olhos secos.



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